1º Troço: Salir – S. Bartolomeu de Messines


A vila de Salir espalha o seu casario branco pela colina, envolvendo as ruínas do castelo. As ruas estreitas, as paredes caiadas e as flores das casas dão-lhe um toque de tranquilo viver. As escavações arqueológicas do castelo supõem-na habitada pelos Celtas, mas foram os Árabes que a fizeram crescer durante o período da ocupação Almoada, no séc. XII. São deles as ruínas do Castelo de Salir (11), um importante património arqueológico que brevemente irá ter à disposição do público as infra-estruturas adequadas para a sua interpretação.
Deixamos Salir em direcção a Alte pela estrada EN 124, mas logo viramos em direcção à Rocha da Pena (12), Sítio Classificado pelo ICN e excelente para a prática do pedestrianismo e de desportos radicais, como parapente ou escalada. Tomamos a estrada 503 até à Cortinhola. Aqui fazemos uma pequena rota até ao Malhão (13), onde existe um excelente miradouro sobre a serra e um templo budista. Continuando na estrada 542 segue-se até ao Azinhal onde se desvia para Sarnadas, em direcção a Alte. Os terrenos que atravessamos fazem parte da Quinta do Freixo (14), uma propriedade agrícola, com reserva de caça, agro-turismo e produtos agro-alimentares biológicos. Paramos nas Sarnadas para apreciar a gastronomia local e ouvir o Sr. Joaquim, um excelente contador de histórias. Continuando em direcção a Alte, desviamos para subir os 467m da Rocha dos Soidos (15), um miradouro natural com uma paisagem sobre o ondulado da serra e tendo o mar no horizonte sul.
Chegamos a Alte, uma aldeia com vestígios de ocupação Romana e onde a cultura Árabe marcou decisivamente a arquitectura local.
Do património cultural de Alte há a destacar a Igreja Matriz (16), rica pela sua talha e azulejaria Barrocas, abóbada Quinhentista, portal e pias baptismais Manuelinos e a Igreja de São Luís. Recomendamos uma visita à Casa Memória D’Alte, onde funciona o Posto de Turismo local, que dispõe de informações sobre percursos dentro e fora da aldeia.
Ponto de referência para qualquer visitante é o som das águas da Ribeira de Alte. Aí encontramos o ex-libris da aldeia: as Fontes (17), Fonte Pequena e Fonte Grande. Estas nascentes de água, que durante séculos moveram os nove moinhos existentes ao longo do seu curso e serviram para abastecer a população local, estão hoje convertidas num local muito aprazível para piqueniques e banhos, pois possui uma represa em forma de piscina natural.
A poucos quilómetros de Alte, na direcção de Santa Margarida, há um desvio para a Torre, onde se pode visitar uma cooperativa de produção artesanal de brinquedos em madeira.


2º Troço: S. Bartolomeu de Messines – Paderne

Vindos de Alte pela EN 124 chegamos a São Bartolomeu de Messines. Vila situada num longo e fértil vale nas faldas meridionais da montanha do Penedo Grande, na Serra do Caldeirão. É de visitar a Igreja Matriz (18) do séc. XVI, com fachada Barroca. O contraste entre o branco das paredes e as cantarias de grés vermelho, o gracioso adro com escadaria e a riqueza do seu interior, fazem desta uma merecida visita. O destino seguinte dá-nos a conhecer a vida e a obra de João de Deus, poeta e pedagogo, autor da “Cartilha Maternal”, na Casa Museu João de Deus (19). Antes de sair do centro da vila é meritória a visita a um caldeireiro, um albardeiro ou a um artesão da cestaria de cana. A vila dispõe ainda de diferentes lojas de artesanato onde se podem adquirir produtos de couro, barro, ferro, latão, tabúa e trapos. Para usufruir do património natural envolvente aconselhamos uma rota seguindo a EN 124 até às Barragens do Funcho e do Arade (20). Existem excelentes locais para passeios, piqueniques ou observação da fauna e flora.
Voltamos a apanhar a EN 124 e depois a EN 270 em direcção a Paderne. Encostada numa colina, a aldeia de Paderne é um casario branco que mais parece um presépio. Antes de entrar na vila, as placas de sinalização apontam para o Castelo de Paderne. A meio do caminho cruzamo-nos com uma Fonte (21) do séc. XVIII. Logo depois, quando se começa a subir, tomamos um atalho à direita em terra batida e ao fundo, mesmo por baixo da grande ponte que carrega a Via do Infante, seguimos em frente para a Azenha e Açude da Ribeira de Quarteira (22). Um local aprazível, com água corrente, constituindo um sistema tradicional de moagem que tem por força motriz o impulso da água. Estes engenhos são mais antigos que os moinhos de vento e constituem uma herança do período Árabe. Acompanhando a ribeira e situada mais a baixo, no vale a sudoeste do Castelo, ergue-se a Ponte Medieval (23), de feição Romana, reedificada em 1771 e onde são visíveis três arcos e dois talha-mars com a forma de prisma triangular. Da azenha voltamos para trás para apanhar de novo o caminho para o Castelo (24). É um dos que figuram na Bandeira de Portugal e foi conquistado aos mouros em 1248. Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1971, o castelo está a ser objecto de estudo com vista à sua valorização e as áreas envolventes à Ribeira de Quarteira estão a ser classificadas como Área de Paisagem Protegida. Do alto do castelo vê-se de um lado a azenha e do outro a Ponte Medieval. Existe um percurso pedestre de 4 kms em torno do castelo, da ponte e da azenha. Toda a área é muito rica em fauna e flora, mas está sujeita à proximidade da Via do Infante e da nova auto-estrada para Lisboa. Deixamos o castelo pela mesma estrada e voltamos à EN 270 para seguir até à vila. É de visitar a Igreja Matriz (25), um belíssimo templo de três naves, datada de 1506 e com acréscimos posteriores. Continuamos pela EN 270 para ir até Boliqueime ou pela EN 395 para ir até Albufeira.